sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Minha história com o álcool!

Sou mulher e tenho 31 anos, não bebi alcool até os 20 anos, mas com a entrada na faculdade e os amigos sempre indo ao bar, comecei a beber, acredito eu que como a maioria das pessoas, no bar da faculdade.

Inicialmente eu bebi algumas doses de vodka ou pinga, ou qualquer bebida quente pois eu odiava o gosto das bebidas, mas gostava da sensação de extroversão, nunca fui introvertida, mas também não me sentia muito a vontade com pessoas que eu tinha acabado de conhecer, e via os amigos que bebiam sendo "melhores amigos" de quem acabava de conhecer e eu achava o máximo, logo de inicio nos primeiros meses eu já exagerava nas doses pois meu intuito era apenas ficar "alegre" logo. Nesta época também foi quando comecei a sair muito com os amigos da faculdade e os que eu fazia fora da faculdade, era tanto amigo que eu não dava conta, mas quantos mais eu tinha mais eu achava o máximo ter. Enfim, foi basicamente por essa sensação de ser popular e ter muitos a minha volta que eu continue bebendo e exagerando na bebida.

Acontece que eu tenho grande histórico de alcoólatras na família. Um tio hoje é praticamente inválido, tudo bem que juntou o álcool com esquizofrenia, mais uns 2 tios de segundo grau também tiveram grandes problemas com o álcool. E hoje também uma tia irmã da minha mãe já estamos considerando alcoólatra devido as suas ações. O pior de tudo é meu pai, meu pai morreu com 38 anos de cirrose. Então por ai já se vê que eu tinha grandes chances de poder ser, mas como meus primos e irmãos sempre beberam bastante mas nunca tiveram problemas achei também que comigo tudo bem, nem me dava conta na época dos riscos que eu corria, serei mais esclarecidas com meus filhos quando tiver.

Eu não sou me considero uma alcoólatra compulsiva, e sim aquele alcoólatra social, vou explicar. Eu não bebo todos os dias e a bebida nunca atrapalhou o meu meio social e nem o meu trabalho, apesar de já ter trabalhado muitas vezes de ressaca e ter atrapalhado nos afazeres do dia a dia, mas não era algo corriqueiro, mas por outro lado sempre tive muitos problemas com meus relacionamentos amorosos, quando bebo fico agressiva nas palavras, xingo, coloco pra fora tudo o que me incomoda que sóbria eu guardo, e até já agredi fisicamente um namorado que óbvio terminou comigo. O meu problema foi exatamente este ser agressiva com meus companheiros, fora que corri vários outros perigos e coloquei outras vidas em risco como sempre dirigir embriagada, fazer brincadeiras com o carro devido a desinibição do álcool.

Logo quando comecei a beber que eu odiava o gosto, basicamente eu só bebia de sexta e sábado, ou só um dos dias, muito difícil eu beber durante a semana. Mas depois de uns 5 anos bebendo e que a situação financeira foi melhorando pois já estava formada e trabalhando estes dias se estendiam para domingo e quinta as vezes, e já inseri a cerveja no meu "cardápio", sempre começava com a cerveja e depois ia para os mais fortes. Algumas épocas como carnaval ou festas em sítios eu já "curei" a ressaca bebendo mais, acredito que a maioria já fez isto.

Muitas pessoas já comentavam pelas costas claro, que eu era uma dependente de álcool, pois em qualquer festa que eu ia a primeira coisa que eu queria saber era das bebidas alcoólicas, só uma bem próxima comentou que diziam que eu era alcoólatra, isto com pouco tempo que eu bebia, coisa de 2 anos bebendo, mas já pelos excessos.

Aos 27 anos devido a uma ressaca moral eu cortei todos as bebidas quente e adotei somente a cerveja, mas mesmo assim eu só parava de beber quando já estivesse com muito sono querendo dormir, não conseguia beber algumas e continuar conversando com a galera, sempre estava com a cerveja na mão, emendando uma atrás da outra, como sou muito fraca, na sexta ou sétima cerveja já procurava um lugar para deitar, e se não tivesse eu continuava bebendo era capaz até de dormir sentada.

Depois que comecei a beber cerveja, nunca mais fui num bar e sentei só pra conversar, ou numa festa, ou churrasco, algumas festas de amigos do meu marido que são evangélicos que não tem bebida para mim era um saco, ficava pouco tempo e queria ir embora, não conseguia me divertir sem uma cerveja na mão. Na casa da família do meu marido também achava um saco não poder uma latinha de cerveja, para minha sogra é coisa do capeta álcool, mas isso não vem ao caso. Alguns amigos iam a festas conosco e dizia que não ia beber porque tava tomando remédio ou estava de regime, e eu sempre senti inveja. Como? Se divertir sem álcool? Eu nem saio de casa. Era basicamente este o meu pensamento.

Depois do casamento eu comecei a beber mais pois sem a presença da minha mãe que pegava no pé eu comprava cerveja e deixava na geladeira, para a hora de fazer o jantar, a hora de fazer limpeza, na hora de trocar uma ideia com o marido.

Sexta-feira para mim era sinonimo de cerveja, com amigos ou em casa com o marido, meu marido também bebe e bebe bastante, mas não tinha a mesma cabeça que a minha que para se divertir precisava beber, ele conseguia se divertir sem álcool, e até por beber nunca incomodou tanto ele meus excessos, exceto quando comecei a ser muito agressiva e ter brigas feias quando eu bebia, ele dizia que éramos ao contrário, e se eu fosse o homem e ele a mulher que eu agrediria fisicamente ele, e é verdade.

Nos últimos tempos, eu já estava bebendo praticamente todos os dias da semana, acho que só não bebia de segunda e terça e as vezes começava a beber já na quarta.

Essa foi a minha história só pra entender a raiz do problema.

O que me fez tomar a decisão de que apesar de ainda não ser considerada um alcoólatra compulsiva, eu não conseguia mais viver sem o álcool, e qual poderia ser este malefício quando eu tiver com meus 50 anos bebendo tanto assim?



Nenhum comentário:

Postar um comentário