terça-feira, 17 de julho de 2018

Como o vício tenta nos enganar

É engraçado como a gente tenta se enganar, tenta se enganar que não estamos tão mal, que ainda não somos aquelas pessoas que ficam caídas nas esquinas de tão bêbadas. E realmente pode ser que ainda não chegamos tão baixo, porém sabemos que o caminho é este e que é só uma questão de tempo.

Mesmo com todo mundo falando que eu exagerava, mesmo vendo que eu tinha brigas horríveis com o marido toda vez que tinha álcool no meio, mesmo fazendo questão de beber sempre que possível, bebendo para comemorar, bebendo porque estava triste, e algumas vezes bebia até em horário de serviço e fazia piada com isto, como por exemplo colocar cerveja num copo de refrigerante do mc donalds e ficar tomando de canudinho, bebia no carro para ir para algum local, e eu realmente achava que não tinha um problema, que era só eu não querer que eu não bebia mais, porém não existia esse não querer, eu sempre queria, independente da situação.

Nenhum programa me interessava mais do que um que tivesse álcool, nem casa da mãe, nem casa da vó, nem um parque para tomar um sol, eu até ia mas não era tão legal, agora ir pra uma festa de amigos com bebida já dava aquela ansiedade de alegria.

Mesmo quando eu ainda estava bem controlada, na qual só bebia uma vez por semana ou no máximo duas e não bebia nunca de semana eu já ficava ansiosa pelo final de semana achando que era pela bagunça, era também, mas pela bagunça com bebida alcoólica, porque eu duvido que se tivesse a bagunça sem bebida se eu ficaria tão empolgada.

Até quando comecei a escrever este blog eu relativizava o meu vício, dizia que eu não era tão descontrolada, mas eu era sim... em 2014 eu ainda não bebia tanto de semana e não fazia tanta questão de ter bebida de semana, mas 2 anos depois em 2016 na qual comecei a beber de semana, foram 2 anos na qual eu passei de beber muito para ser totalmente descontrolada, de achar que tinha que beber sempre que tivesse oportunidade, de ter bebida alcoólica em casa e beber assistindo televisão sozinha, e isto não era uma vez ou outra, já estava virando rotina. Uma pessoa normal não vai sair de casa sozinha, comprar cerveja e trazer para casa para beber sozinha, até quando estou com fome hoje eu tenho preguiça de sair para comprar algo para comer e prefiro pagar via aplicativos para alguém entregar para mim e eu não tinha essa preguiça quando era bebida alcoólica, ou até tinha mas ia mesmo assim.

Então a gente tem que parar de se enganar e assumir para gente mesmo que temos um problema sim e que ele é grave, e que precisamos tomar uma atitude de mudar para que nossa vida volte aos eixos e que a gente volte a ser donos de nós mesmos. E eu sou do tipo que só assumi para mim, nunca falei para ninguém da minha família que eu tenho um problema, nem marido, apesar de que claro, alguns já desconfiaram, mesmo sem falarem nada para mim.

Foi só um desabafo sobre como o subconsciente tenta enganar o nosso consciente, mas começa ai a nossa mudança, assumindo para gente mesmo que temos um problema e que precisamos combater.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

6 meses sem álcool

Mais um mês sem álcool.

Posso dizer que agora mais do que nunca as coisas estão bem fáceis, de qualquer forma não posso beber e tenho um motivo maior para isto, confesso que vira e mexe tomo a minha cervejinha sem álcool, mais para evitar ficar bebendo refrigerante cheio de açúcar, ainda existe um pouco da mania de ter algo na mão quando estamos de galera.

Vira e mexe me pego lembrando das ressacas morais e quantas vezes cheguei em casa sem nem lembrar como, a sobriedade é uma dádiva por um lado e por outro um pouco ruim pois não me divirto tanto como os outros. Os programas são quase sempre iguais no quesito emoção, é engraçado o marido chegando em casa e falando: nossa, ontem foi muuuito divertido você não acha? E eu falo: para mim foi a mesma coisa que todos os últimos finais de semana, foi legal, mas nada fora do normal, e eu estou saindo sim mas já aviso que antes das 22:00hs já quero estar em casa, e agora com a gravidez sou muito mais respeitada pelo marido quanto a fazer os meus horários e pelos outros que não ficam tentando enfiar bebida em mim.

Acho que é a primeira vez que fico tanto tempo sem beber desde que iniciei a vida alcoólica há 13 ou 14 anos atrás, 6 meses sem nenhuma gota de álcool. Eu fico dias sem nem lembrar que álcool existe, que engraçado como funciona o vício, a cabeça trabalha o tempo todo lembrando daquilo e nada nos faz esquecer, esta sensação de poder se dominar é muito boa, as vezes me pergunto se bebedores de álcool que não tem o vício se sentem os mesmos prazeres que o viciado e porque alguns não viciam e alguns viciam.

Hoje é jogo do Brasil e vamos a mais um churrasco, muita cerveja e outras bebidas e galera exagerando no álcool, porém a maioria deles sabem quando parar, coisa que meu organismo não sabia.

Sorte para todos nós. Vai Brasil. 💚💛💚